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Nós nos habituamos com qualquer coisa, tanto com o sofrer quanto com a felicidade; se não nos acostumássemos tão facilmente, seríamos mais infelizes e perturbados. Julgamos ser melhor tornar-nos insensíveis e embotados do que termos de enfrentar maiores problemas; é menos doloroso ir morrendo aos poucos. Podemos tentar explicar o fenómeno invocando razões económicas ou psicológicas, mas o facto permanece: tanto os ricos quanto os pobres preferem ir andando, trabalhar no escritório ou na fábrica durante mais de trinta anos e aceitar o tédio e a futitidade de uma vida inútil; temos de viver, dizem, temos responsabilidades e, portanto, é mais seguro aceitar as coisas como são. Nós acostumamo-nos com o amor, com o medo e com a morte. O hábito se transforma em bondade, em virtude e até mesmo nas fugas e nos deuses. Mas é fútil e estúpida a mente que vive no hábito.
Krishnamurti, Diário de Krishnamurti