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o sentimento mais agudo que experimentei, e que me aperta ainda muitas vezes é o de não ter para onde ir, de ter sido cercada pelo desejo de mover-me sem fim; lembro-me que, no tempo em que crescia (1935-1940), e em que vivia confundida pela convenção familiar da infância, chamava a mim mesma "a corça prisioneira"; eis a verdadeira natureza do meu espírito. Sou um peso vasto para quem tenha a bondade de fazer-me companhia e, se adquiri e conservei o conhecimento da arte de escrever foi por necessidade, tendo descoberto que a escrita e o medo são incompatíveis.
Maria Gabriela Llansol, Um Falcão no Punho, Diário 1