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Do milagre

31.08.24

O que é um milagre? É um prodígio, uma maravilha que se não consegue explicar. O que é, pois, a Vida, senão um milagre? Inexplicável a sua origem, enigmáticos os seus encadeamentos, cuja procura por respostas sempre cairá na teoria, na hipótese não confirmada. Podemos estudar processos, somar descobertas, pensar até à loucura, encontrar curas e remédios, explorar intelectualmente o infinitamente grande e criar instrumentos para tentar captar o infinitamente pequeno, mas todas estas aventuras farão parte do sonho cujo real significado – e funcionamento - nos escapará. É quando a mente se rende a esse não saber, aí vivendo confortavelmente, que pode cessar a busca. E é nessa aceitação-do-que-é-sem-necessidade-de-explicação que a angústia pode perder força e poder. Talvez aí haja semente que rompa a casca – se abra a mente para a faculdade de intuir e deixar-se, eventualmente, diluir no milagre: que é (a) Vida.  

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Poema 2

30.08.24

Só temos consciência do belo
Quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom
Quando conhecemos o mau.
Porquanto o Ser e o Existir
Se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo.
O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo.
Eis por que o sábio age
Pelo não-agir.
E ensina sem falar.
Aceita tudo que lhe acontece.
Produz tudo e não fica com nada.
O sábio tudo realiza – e nada considera seu.
Tudo faz – e não se apega à sua obra.
Não se prende aos frutos da sua atividade.
Termina a sua obra
E está sempre no principio.
E por isto a sua obra prospera.

Lao-Tsé, Tao Te Ching

(Versão de Huberto Rohden)

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Timber Timbre

Aviso da tripulação: material potencialmente viciante.

29.08.24

 

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Do Ser

29.08.24

Coloquemos as coisas assim: o Ser existe sempre. Está lá, nos diferentes estados de consciência por que passamos diariamente. No sono profundo, quando não sentimos o corpo nem a mente se ocupa com imagens - pelo menos, aparentemente, está ela em inactividade – estamos num estado de paz e felicidade, ausentes as preocupações, do mundo desligados. Embora nada sintamos nem pensemos continuamos a existir, porque, caso contrário, não voltaríamos ao estado acordado. Ao acordar a consciência surge nessa Consciência que sempre esteve lá, sem nome, sem forma, inexplicável, quiça sempiterna. Reaparecem as noções de, os problemas tais, as obrigações ordinárias, os conflitos com, as urgências para, o senso de um “eu histórico”, uma narrativa continuamente a ser escrita na alva página desse Ser que independe da personalidade-roupagem que para nós reclamamos e aos outros mostramos. Se, vindos do sono profundo, ao acordar direccionarmos a atenção para o estado de paz que ele (o sono sem sonhos) permite  - ao invés de rápida e apressadamente vestirmos a indumentária dos afazeres, das preocupações, das redes sociais, do correr do mundo -  continuaríamos nesse bem-estar, mas despertos para o que o dia nos traz. Dormir acordado, aqui, não significa inactividade, passividade nem desresponsabilização. Faz-se o que sempre se fez – com uma diferença capital: continuamos envoltos em tranqulidade, mais ligados à folha, a página em branco, do que aos borrões que vamos tentando converter em palavras e verbos, essas acções nem sempre oportunas, correctas, racionais ou coerentes e que não raro nos inquieta - quando não adoece.   

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O Homem que Plantava Árvores, de Jean Giono

(ou como trazer significado à vida pode ser comoventemente "simples")

28.08.24

Ver em grande

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...

26.08.24

O que consigo eu ao agitar a multidão se, ainda assim, serei crucificado? Pode-se reunir grandes multidões e incitá-las a agarrarem-se com unhas e dentes ao poder. Pode-se colocar uma faca de açougueiro nas suas mãos e incitá-la a esfaquear e cortar, e pode-se manobrá-la para se ganhar uma eleição. Mas alcançar uma verdadeira vitória, uma vitória moral, progresso para o seu semelhante, é algo que a multidão não consegue. Os homens de letras conversam bem, mas os tubarões do intelecto, os super-homens, os líderes espirituais montados a cavalo têm de parar e de procurar nas suas mentes quando o nome de um homem «verdadeiramente» grande é mencionado. Assim, o homem  «verdadeiramente» grande é deixado para trás, com a multidão, a escória; por outras palavras, a maioria – o advogado, o professor, o jornalista e o imperador do Brasil, todos aqueles que constituem o seu rebanho de admiradores.

Knut Hamsun, Mistérios

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https://www.youtube.com/@momasu/videos

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