Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Sou como o marujo que nasceu e cresceu na coberta dum brigue corsário: a sua alma está acostumada às tempestades e aos combates. Atirado para a costa, aborrece-se e cai na tristeza. O bosque umbroso pode chamá-lo, o Sol tranquilo pode brilhar para ele, vai e vem todo o dia ao longo do areal, só presta atenção ao murmúrio monótono das vagas que rolam e perscruta com o olhar as brumas longínquas. Não aparece, lá longe, na linha pálida que separa o pélago azul-escuro das nuvenzinhas cinzentas, a vela desejada, a princípio semelhante à asa duma gaivota, mas que, aos poucos, se distingue da espuma das vagas e caminha com regular velocidade para um porto solitário?...
Mikail Lermontov, Um Herói do Nosso Tempo