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Durante a minha primeira juventude, era um sonhador; gostava de acariciar, alternadamente, as ideias sombrias ou irisadas, que desenhava para mim uma imaginação inquieta e cheia de ambições. Que me ficou, porém, disso? Uma fadiga como após um combate nocturno com um fantasma e uma recordação desagradável cheia de remorsos. Nessa luta inútil, esgotei o ardor da minha alma e a firmeza do meu querer, indispensáveis para uma vida activa. Entrei nesta vida depois de a ter vivido em pensamento e fiquei farto e desgostoso dela, tal como um homem que lê a má imitação dum livro que conhece há muito tempo.
Mikail Lermontov, Um Herói do Nosso Tempo