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Qualquer motivo nos impele a agir e não há acção sem motivo; daí sermos destituídos de amor. Tão-pouco existe amor naquilo que fazemos. Pensamos ser impossível agir, viver, existir sem um motivo e com isto a nossa vida passa a ser uma actividade enfadonha e sem sentido. A função é, para nós, um meio de alcançar o status, ou outra coisa qualquer. O amor em si não existe e eis porque é tudo tão falso, tão insignificante, e daí serem terríveis as nossas relações. O apego serve apenas para encobrir o nosso próprio vazio, a nossa solidão e insuficiência interior; da inveja nasce o ódio. O amor é sem motivo e, quando o amor está ausente, toda a sorte de motivos se instalam. É tão simples viver sem motivos; basta ser íntegro, sem jamais se conformar com ideias ou crenças. Ser íntegro é ter autocrítica, é estar consciente de si próprio de momento a momento.
Krishnamurti, Diário de Krishnamurti