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Não fiz mais que através passar do mundo,
Cada apetite, sem parar, fartando;
O que me não bastava, abandonando;
Do que escapava não fazia fundo.
Desejei, consegui; de novo ardia
O desejo, e assim com energia
A vida em turbilhão corri; potente
Outrora, hoje moroso, hoje prudente.
Esta terrena esfera bem conheço.
E a vista além dela acha tropeço.
Néscio, quem turvos olhos lá põe mais
E sobre as nuvens sonha ter iguais!
Firme na terra, atente bem em tudo:
Não é, para quem pensa, o globo mudo!
Que ganha em divagar na eternidade?
Aqui, palpa e conhece a realidade.
Pise pois este solo o caminhante!
Se larvas o turvarem, siga avante!
Não progredir terá gozo e tormento;
Satisfação, porém, nem um momento!
Goethe, Fausto