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Sabes o que eu era, como vivia? Conheces
o desespero; então
o Inverno há-de fazer-te sentido.
Nunca esperei sobreviver
com a terra a sufocar-me. Não esperei nunca
tornar a acordar, sentir
na terra húmida o meu corpo
capaz de reagir de novo, de se lembrar
depois de tanto tempo como abrir-se
de novo à luz fria
da mais primeira Primavera –
com medo, sim, mas de novo entre vós
chorando, sim, arriscando a alegria
ao vento agreste e nu do mundo novo.